“ E será como sinal na tua mão e por memorial entre teus olhos, para que a lei do Senhor esteja na tua boca, pois com mão forte o Senhor te tirou do Egito. (Exodo 13:9) ”
Estamos na época da Páscoa e, todos os anos, é a mesma coisa: os supermercados, lojas, shoppings, televisão, revistas, tudo se enfeita de ovos de chocolate e coelhos, como se isso fosse celebrar verdadeiramente Páscoa.
Talvez você se empolgue com os enormes e coloridos ovos de chocolate (“Que delícia!” – com certeza você pensou) e ache engraçadinhos, bonitinhos os coelhos que se espalham por todo lugar, e se pergunte: Que mal há nisso? Por que não posso comer esse delicioso ovo de chocolate? E aí eu lhe pergunto: Você seria capaz de comer algo estragado, que viesse a lhe fazer mal? Ou ainda: Você gosta de mentiras? Gosta que lhe enganem?
Pois essa páscoa de coelhos e ovos nada tem a ver com a Bíblia. Primeiro que coelho não bota ovo, além do fato de ser impossível algum animal botar ovo de chocolate e, em segundo lugar, a Bíblia não fala de nenhum coelho quando a Páscoa foi instituída, ela fala do cordeiro cujo sangue deveria ser passado nas portas das casas, para que o anjo da morte não entrasse nelas (Ex 12).
Para os cristãos (o que eu e você somos), a Páscoa tem um significado muito profundo. Ela nos fala da redenção, da salvação do povo judeu da escravidão no Egito. Não porque ele era merecedor desse presente, pois era um povo murmurador e, de vez em quando, saía dos caminhos do Senhor para andar na idolatria, adorando a outros deuses, mas porque Deus é fiel à Sua aliança com o homem. E o Senhor disse que esta festa deveria ser lembrada todos os anos, para que todos celebrassem o que o Senhor havia feito (Êxodo 12).
Assim também, eu e você recebemos a graça salvadora pelo sangue de Jesus Cristo, derramado na cruz do calvário, mesmo sem nós merecermos.
Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.” (I Co 5:7b)
Páscoa fala de vida. Não uma vida qualquer, mas uma vida abundante, cheia da graça de Deus, fala de libertação do pecado, fala da fidelidade de Deus para conosco e fala da necessidade de sermos fiéis para com Ele, separando-nos do mundo e nos dedicando exclusivamente ao Senhor. Fala de um novo tempo para vivermos a vida de Deus em nós.
Dedicar-se a Deus é a experiência mais radical, tremenda e maravilhosa que nós podemos experimentar.
Tem gente que busca alegria e prazer nos esportes mais radicais possíveis: alpinismo, bung-jump, escalada, rapel, pára-quedismo etc. Mas nada é mais radical, power, fantástico, do que andar com Deus. Pois com Ele andamos no sobrenatural, voamos mais alto que as montanhas, nas asas do Espírito e temos sempre um lugar guardado na fenda da rocha. É radical, mas muito seguro, pois nos abre o caminho para a salvação e a vida eterna. Com Ele podemos atravessar o mar a pés enxutos (Êxodo 14) e, se o mar não se abrir, vamos passar por cima.
Páscoa, Linguagem de amor do Pai
A Páscoa é o ato salvífico de Cristo morrendo na cruz para nos resgatar, proclamar nossa vitória e profetizar nossa entrada no céu. Ao celebrarmos a Páscoa, celebramos a garantia da vida eterna. Jesus morreu e ressuscitou e por causa dessa verdade somos milhares e milhares que trazem o aumento do Reino. Sua morte trouxe-nos vida e nossas vidas são o resultado dessa profecia, dessa chamada que nos fez cidadãos do céu.
A Páscoa está centrada na pessoa de Jesus Cristo. A Páscoa fala de mensagens exclusivas:
1. Livramento de morte
A Páscoa é a bênção de Deus para nos livrar da morte. Ainda que morramos fisicamente, quem nasceu de novo em Cristo tem a vida eterna, não morre mais. Jesus morreu, mas ressuscitou e está vivo, e nós também temos a mesma vida quando partimos deste mundo efêmero. Nós cremos no céu como uma realidade e cremos que Jesus voltará para levar Sua Igreja. Temos a vida eterna porque fomos libertos da morte!
2. Libertação
A Páscoa se manifestou para nos livrar da escravidão do pecado. Assim como os filhos de Israel estavam presos no Egito e o Senhor os livrou, assim Deus enviou Seu Cordeiro Pascal, Jesus, para nos livrar do pecado. “Este é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” (João 1:29) “Se o filho do homem vos libertou, verdadeiramente sereis livres.” (João 8:36). Nós somos livres!
3. Chance para arrancar as pragas da vida
No dia da Páscoa realizada no Egito, o povo hebreu testificou juntamente com todos os egípcios que o Deus de Israel é o Senhor Todo Poderoso. O povo do Egito foi ferido com pragas por causa da desobediência, mas o povo de Deus não foi atingido.
A Páscoa é uma chance de Deus para arrancar as pragas do povo. O que é praga? É maldição. Muitas vezes essas maldições acompanham nossa família. O Senhor diz em Deuteronômio que essas maldições seriam visitadas até a terceira e quarta geração. Mas, o Cordeiro Pascal encerra todas as maldições. Ele se tornou maldição em nosso lugar para que fôssemos libertos.
4. Chance para herdarmos a terra
Assim como o povo de Deus saiu do Egito, depois da Páscoa, para herdar a terra que o Senhor prometeu, nós temos em Cristo a nossa herança. Romanos 8 nos diz que somos herdeiros de Deus e co-herdeiros em Cristo Jesus. É herança da glória. Todas as vezes que o diabo quer afligir nossa alma, afligir nossa vida e atingir nosso espírito Deus, por misericórdia e graça, dá-nos a chance de conquistarmos mais um território, pois o povo de Deus é a geração eleita para vencer sempre.
5. Chance para rendição completa
Desde Gênesis, no capítulo 3, quando o homem foi coberto com pele de carneiro por causa do pecado, Deus já estava apontando para o Calvário. Ele fez a promessa de que um dia veríamos esse Cordeiro manifestado como gente, que morreria, ressurgiria, iria para glória, mas voltaria para buscar Sua Igreja. Os profetas apontaram para o Calvário, lugar em que o Cordeiro seria imolado à tardinha, mas também no terceiro dia ressuscitaria com poder e grande glória. É um cenário que se forma, no qual homem com homem se confrontam de forma horizontal, redimidos, lavados e remidos pelo sangue do Cordeiro, então começam a olhar de forma vertical para seu Criador.
Há uma mistura entre esse Deus que veio à Terra em forma de homem e Seu Corpo na Terra, a Igreja. O céu tem uma representação legal do homem: Jesus Cristo, o nosso intercessor que está à direita de Deus (Hb 4) e a Terra também tem seu representante legal do céu: a Igreja, os filhos de Deus lavados e redimidos pelo sangue do Cordeiro.
Podemos observar, então, que quando Deus quer mudar o curso das coisas na Terra, Ele convoca a Sua representação legal, a Igreja, a geração eleita. Somos canais de Deus para que Ele possa nos usar como quer e trazer Sua glória sobre as nações, anunciando que o Cordeiro Pascal está vivo.
Essa visão de mistura entre o divino e o humano é a vida plena de Jesus trabalhando em sinais na vida dos homens. Cada um sinalizando a vida de Deus na Terra. Você é o ponto de contato de Deus na Terra. Isso só é possível, porque existe a Páscoa, porque o Cordeiro Pascal veio à Terra, entregou-Se no Calvário, assumiu o nosso lugar de pecado, morreu, ressuscitou e nos deu sua própria vida.
Quem compreende a visão do Cordeiro Pascal e se confronta com Ele não pode continuar o mesmo. Ele é o nosso modelo e Se entregou totalmente. Quando olhamos para Ele, rendemo-nos de igual modo. Ele é a nossa esperança e a nossa vida.
Deuteronômio 30 diz que devemos andar nos estatutos do Senhor, porque Ele é a nossa vida. João 1 diz que Ele é a vida, e, quando ressuscita Lázaro, diz: “Eu sou a ressurreição e a vida, aquele que crê em mim ainda que esteja morto, viverá.” O nosso Jesus é vivo e garante vida para Seus filhos. Por tudo isso, nós nos rendemos com alegria. Não é uma rendição com saudosismo, é uma rendição com boa expectativa. “Eu sei em quem tenho crido e estou certo que é poderoso para guardar o meu tesouro até o dia final”. (II Tm 1:12).
6. Garantia de Pureza
No Egito, o povo hebreu marcou as portas da casa com sangue. Aqueles que estão ligados com o Cordeiro Pascal em casa têm a legalidade para fluir o Reino de Deus, para ver a glória de Deus na sua própria casa.
O Senhor disse que, quando o anjo da morte passasse e visse a marca do sangue, passaria por cima e não mataria o primogênito. Hoje a casa do crente em Cristo tem não só a porta ungida, mas toda ela recebe a cobertura do Cordeiro de Deus.
A Bíblia diz que nós fomos purificados pelo sangue. O sangue de Jesus não é brincadeira para nos lavar num dia e deixar-nos sujos no outro. “O sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado.” (I João 1:7). É a garantia de pureza que temos. Há poder no sangue de Jesus! Quem tem Jesus como Rei em sua casa, tem toda sua casa debaixo desta garantia.
7. Cumprimento Profético
Jesus morreu e ressuscitou, mas tudo já tinha sido anunciado por meio de profecias. Deus mesmo denunciou-se, comprometeu-se. Quando prometemos alguma coisa, devemos cumprir, porque selamos um compromisso. Quando não prometemos, não podemos ser cobrados, mas se prometemos ficamos aliançados.
Deus disse: Eu darei alguém que pisará a cabeça da serpente (Gn 3:15). Por isso todos os homens ficaram esperando e confiando que esse homem chegaria. “Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa.” (Nm 23:19).
Os profetas diziam: Ele chegará! E hoje a Igreja se levanta para dizer: Ele voltará! A Páscoa aponta para Aquele que morreu, ressuscitou e voltará. O nosso Jesus não está mais morto, apesar de Roma ainda proclamar o Cristo pendurado no madeiro, um “Senhor” morto. A Páscoa nos garante o cumprimento da volta do Senhor. Ele voltará por causa de nós, porque nos ama, porque nos quer perto dEle mesmo (Jo 14:3).
8. Singularidade
As coisas do Reino de Deus são simples. Não precisamos inventar passos para sermos batizados no Espírito Santo ou para aceitar Jesus. A Bíblia diz que precisamos de apenas: com a boca confessarmos Jesus como Senhor e com o coração crermos que Deus O ressuscitou dentre os mortos (Rm 10:9-10).
A Páscoa deve ser celebrada em sua mais depurada singularidade. Como? Colocando fora o misticismo. Não existe misticismo na Páscoa Bíblica, mas na romana, sim. É cheia de idolatria e de mentiras. O nosso maior problema é a falta de reflexão e conhecimento bíblico.
Os filhos de Deus precisam meditar e refletir na Palavra para não serem levados por qualquer vento de doutrina. Ficamos muitas vezes presos a culturas, a rituais que não conhecemos a origem. Nenhuma festa mística que tem duplo sentido, que está envolvida com impurezas, tem comunhão com Deus. É por isso que Deus nos adverte: não comungue com isso (I Co 10:14-22).
A verdadeira Páscoa aponta para a redenção, para a salvação, para o resgate e para a vida que devemos viver no Pai. É uma linguagem no reino espiritual de como fomos arrancados das trevas e de como Jesus nos trouxe para o Seu Reino de luz. Páscoa é libertação que demonstra a linguagem de amor do Pai entregando Jesus Cristo para morrer na cruz do Calvário para salvar a você e a mim.
E aí? Quer experimentar desta Páscoa que te leva ao sobrenatural ou prefere coelhinhos e ovos de chocolate?
A decisão é sua. Venha conosco mergulhar na verdadeira Páscoa, JESUS, o Cordeiro Santo que morreu por mim e por você!